Casamento. Por que estamos nos separamos? O que há de errado?

O casamento, a boda, o matrimônio – e mesmo a forma laica e informal de compromisso, a coabitação –, não se resume a uma festa. Depois da noite de núpcias, começa, para todos os casais, aquilo que o psiquiatra Alfredo Simonetti, ligado ao Hospital das Clínicas de São Paulo, descreve como “o sofrimento de viver a dois”: uma luta diária contra a natureza humana, que, ao mesmo tempo que atrai as pessoas para a vida conjugal, faz com que elas, rapidamente, se desapontem com as dificuldades do cotidiano a dois.

As estatísticas brasileiras são eloquentes a respeito tanto do fascínio quanto das agruras do casamento. Cerca de 1 milhão de pessoas se casam todos os anos no Brasil – e pouco mais de 250 mil se separam no mesmo período. De cada quatro casamentos, um termina em separação. 

Embora a estatística seja adversa, o risco não é suficiente para fazer as pessoas deixar de casar. Os números do IBGE mostram que a quantidade de uniões por 100 mil brasileiros aumenta um bocadinho a cada ano. Entre 1998 e 2008, o número de casamentos cresceu 34,8%, superando em 13 pontos porcentuais o crescimento vegetativo da população nessa faixa etária. Os divórcios e as separações, no mesmo período de dez anos, cresceram menos, 33%. A diferença é pouca, mínima na verdade, mas sugere que o sonho de casar está mais em alta que a vontade de se separar.

Algumas dicas para melhorar o relacionamento:

1 - MODELO DE CASAMENTO: Fomos educados a acreditar que o casamento é romântico. Pois ele não é. Talvez, se tivéssemos mais informações sobre como o casamento se dá, teríamos menos decepções com ele. O casamento é uma relação de conexão com o parceiro, educar filhos juntos, é cuidar um do outro.

2 - PASSAR TEMPO JUNTOS: Uma das principais causas das separações é o casal não passar muito tempo junto. Priorize o casamento. Tire férias, ao menos uma vez ao ano, sem as crianças e desligue-se do trabalho. Não se sinta culpado(a) em não levar os filhos. Se a relação é boa, será benéfica as crianças.

3 - FAZER SEXO: Sexo é uma das conexões mais importantes do casamento. Faça o que for necessário para manter a chama acesa. Estimule sexualmente o companheiro(a), mesmo que a princípio ele(a), não esteja a fim. Pesquisas mostram que, uma vez estimulado, o parceiro(a) engrena no sexo e repete a dose.

4 - FLERTE: Lembra-se de como você e seu companheiro(a) flertavam no início do relacionamento? Faça isso continuamente e sua relação será mais excitante. Casamento não é apenas sexo. O carinho também é muito importante. Andem de mãos dadas; sentem-se juntos no sofá; se aninhem.

5 - CONVERSE: Procure sempre bater papo. Fale sobre seus sentimentos e assuntos importantes do dia. Se estiver magoado(a) com seu parceiro(a), não se feche. É importante manter os canais de comunicação abertos. O bate-boca faz parte do casamento, mas, terminado o inferno verbal, é preciso dialogar.

6 - ISOLAMENTO OCASIONAL: O fato de estar casado com alguém não significa estar grudado na pessoa. É fundamental que cada um tenha seu espaço e seu tempo. Que possa sair com os amigos(as) e fazer as coisas que gosta, independentemente do outro. E às vezes até manter um lugar na casa onde possa ficar só. A solidão nos faz querer ir ao encontro do outro.

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