A destinação incorreta de óleos vegetais e gorduras na rede de esgotos é um hábito comum entre a população. O mais grave, no entanto, é encontrar empresas como restaurantes, bares e similares despejando esse tipo de resíduo, proveniente de frituras de alimentos, diretamente no encanamento. De acordo com a Saneatins, (Companhia de Saneamento do Tocantins) o esgoto industrial e comercial é de responsabilidade da empresa que, em tese, deveria tratá-lo antes de devolver para os rios. No caso dos óleos, o correto seria a utilização de caixas de gordura para reter esse resíduo. Porém, é necessário, também, fazer uma limpeza periódica da caixa para dar uma destinação adequada a esses dejetos. Infelizmente isso nem sempre acontece.
Para tentar impedir essa prática nociva, já existe no Tocantins um projeto de lei, de autoria do deputado estadual Osires Damaso (DEM), que proíbe os estabelecimentos do ramo alimentício lançarem gordura ou óleo vegetal nas redes coletoras de esgoto. O projeto se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa, e deve ser votado ainda esse ano.
Para entender mais sobre as consequências ambientais da destinação incorreta de óleos vegetais e gorduras, conversamos com a engenheira ambiental e idealizadora do site VivoVerde, Daiane Santana. Segundo ela, essa prática pode causar a contaminação do solo nas margens dos rios e matas ciliares, impacto visual e, mais grave ainda, um fenômeno chamado eutrofização. “Na eutrofização há o aumento de nutrientes no corpo hídrico aumentando assim a proliferação de algas. Com isto o rio fica escuro, não há muita penetração de luz e, consequentemente, há uma perda de oxigênio. Dessa forma, peixes e outros animais aquáticos podem vir a morrer”, explica Daiane.
De acordo com a engenheira, o melhor é que esses resíduos sejam reaproveitados. “O certo deveria ser que estes estabelecimentos guardassem seus óleos e desse um destino para eles, seja vendendo para pessoas que queiram transformar em sabão ou doando para entidades que trabalham com esta finalidade. Além de usinas de biodiesel que também aceitam óleos vegetais já utilizados. ”, ressalta Daiane. Na opinião dela, o ideal mesmo é trabalhar de forma a engajar a população e os empresários na preservação dos rios e não simplesmente deixar o fardo para a fiscalização pelos órgãos governamentais.
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