Marte e Vênus? Nada disso! Homens e mulheres amam da mesma forma

O best-seller de auto-ajuda, “Homens são de Marte, mulheres são de Vênus”, publicado em 1992, sugere que homens e mulheres pensam e agem de forma muito diferente em relacionamentos. Em outras palavras, era como se viessem de planetas diferentes.
Agora, novas pesquisas científicas aparecem para discordar: na verdade, todos agem de maneira muito semelhante quando estão apaixonados, seja homem ou mulher, heterossexual ou homossexual.
Os pesquisadores pediram a 24 voluntários que estavam vivendo um amor, entre 19 e 47 anos, e em relações que duravam de 4 meses a 23 anos, para observar fotos de seus parceiros, bem como fotos de amigos do mesmo sexo que seus parceiros, mas a quem eram romanticamente indiferentes.
Metade dos participantes eram do sexo feminino (6 heterossexuais e 6 homossexuais) e metade era do sexo masculino (6 heterossexuais e 6 homossexuais). Todos se declararam apaixonados e em um relacionamento sexual com seu parceiro.
Enquanto eles observavam as fotos, seus cérebros foram escaneados com ressonância magnética funcional. Todos os participantes do estudo foram solicitados a classificar seus sentimentos em relação a seus parceiros românticos, antes e após a ressonância.
Os resultados mostraram um padrão similar de atividade entre os diferentes grupos, e envolveram a ativação de ambas as áreas corticais e subcorticais, principalmente as áreas ricas em neurotransmissores dopaminérgicos (que causam o “sentir-se bem”).
Essas áreas incluíam o hipotálamo, a área tegmental ventral, o núcleo caudado e o putâmen, bem como a ínsula, o hipocampo e o córtex cingulado anterior. A atividade dopaminérgica está fortemente ligada a atividades neurotransmissoras como as mediadas por ocitocina e serotonina, importantes na regulação das relações emocionais e de ligação entre os indivíduos.
Os estudos também mostraram que o amor pode ser cego. Há uma extensa desativação de grande parte do córtex cerebral quando os amantes visualizam fotos de seus parceiros românticos. As áreas desativadas envolvem partes do cérebro críticas para o julgamento.
Os pesquisadores afirmam que o estudo foi influenciado pela literatura mundial, de Platão a Shakespeare, Dante, Rumi, Verlaine e outros, em que sentimentos muito semelhantes são expressos tanto no contexto das relações de sexo oposto quanto do mesmo sexo, e essa ambiguidade se refletiu nos resultados. 
Fonte: Telegraph