Pesquisadores descobriram uma conexão entre uma atitude de autocompaixão e menores níveis de inflamação induzida pelo estresse.
A descoberta pode levar a novas técnicas para reduzir o estresse e melhorar a saúde.
Já se sabe há muito tempo que o estresse psicológico pode desencadear respostas biológicas semelhantes aos efeitos de doenças ou lesões físicas, incluindo a inflamação.
Embora a inflamação regulada ajude a evitar infecções e promova a cicatrização, a inflamação desregulada pode levar a doenças cardiovasculares, câncer e Mal de Alzheimer.
A autocompaixão descreve comportamentos como autoperdão e tratar a si mesmo com gentileza, sendo muito diverso de comportamentos como autocomplacência.
Uma pessoa com altos níveis de autocompaixão não fica se culpando além do controle e escapa mais facilmente de discussões ou argumentos, em vez de ficar remoendo sobre eles por dias.
Efeitos biológicos da autocompaixão
Nicolas Rohleder, da Universidade de Brandeis (EUA), queria entender a ligação entre esse comportamento de autocompaixão e a resposta inflamatória ao estresse medida biologicamente.
Em uma série de experimentos que envolveram submeter voluntários a testes de estresse durante vários dias, ele e sua equipe concluíram que a resposta envolve a interleucina-6 (IL-6), um agente inflamatório ligado ao estresse.
Os participantes com maior autocompaixão tinham níveis significativamente mais baixos de IL-6 depois de serem submetidos ao estresse.
"As altas respostas de IL-6 no primeiro dia e os níveis basais mais elevados no segundo dia sugerem que as pessoas com baixa autocompaixão são especialmente vulneráveis aos efeitos adversos deste tipo de estresse," disse o Dr. Rohleder.
A pesquisa ilustra como o estresse se acumula facilmente ao longo do tempo e como um fator estressor aparentemente pequeno - como enfrentar o trânsito diariamente - pode afetar a saúde de uma pessoa caso ela não tenha as estratégias adequadas para lidar com esse fator estressor.