Em 20 de Abril/15, um tornado Cunha atingiu a cidade de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina – danos em mais de 30% da área urbana. Estimativa entre F3/F4 segundo a INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) declara ventos de até 330 km na região.
De acordo com o laboratório que fica nos EUA, o chamado “corredor de tornados” no Brasil compreende o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Mato Grosso do Sul. Estudo da Unicamp diz que São Paulo lidera o ranking, com Rio Grande do Sul em 2º e Santa Catarina em 3º. O estudo aponta que, entre 1985 e 2015, pelo menos foram 205 tornados registrados no Brasil.
Na América do Sul há uma forte incidência de Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM), que na maioria das vezes, estão associados a desastres naturais. Estes causam impactos não só do ponto de vista meteorológico, mas também social e econômico. O Sistema Convectivo de Mesoescala, que atuam na América do Sul, durante os anos de 1999, 2000 e 2001, segundo estudos. A análise dos dados mostra que mais da metade dos casos analisados sofrem dois tipos de variações na atividade convectiva, uma com período de 12 horas, e outra com menor periodicidade, 5,1 horas. Mostra-se que a evolução espacial dos SCM dá-se em média na direção das latitudes mais baixas, de forma discreta com o aparecimento de novos núcleos, na direção noroeste em relação ao núcleo antigo.
Carta Epagri de 14/07/2015
Um sistema SCM é um complexo de tempestades que se organizam em uma escala maior do que uma tempestade individual, mas menor do que ciclones extratropicais, com persistência de várias horas.
Um Complexo Convectivo de Mesoescala, ou CCM, é um tipo de SCM que é definido a partir de características físicas observadas através de imagens de satélite (Maddox 1980):
Um Complexo Convectivo de Mesoescala, ou CCM, é um tipo de SCM que é definido a partir de características físicas observadas através de imagens de satélite (Maddox 1980):
Algumas condições necessárias para a formação de um CCM é a presença do Jato de Baixos Níveis, um cavado no nível de 500 hPa e Jato Altos Níveis ao sul da região de formação.
Os SCM, que são constituídos por um aglomerado de nuvens convectivas e que apresentam área com contínua precipitação, que pode ser parcialmente estratiforme e parcialmente convectiva, possuem formas variadas (Houze, 1993; Machado & Rossow, 1993). Podem ser classificados como: Linhas de Instabilidade (LI), os que possuem forma de linha; Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), os que apresentam um formato circular ou simplesmente, SCM, os de formas irregulares.
CCM/SCM – Complexo Convectivo de Mesoescala Julho de 2015.
Carta Sinótica WunderMap.
O sistema conhecido como CCM produziu milhares de descargas elétricas das 10h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (13) até meia-noite de (14/07) aproximadamente.
Carta Rindat
De acordo com o sistema de detecção de raios da Somar Meteorologia, foram 6.779 descargas elétricas observadas neste período, numa distância de até 100 quilômetros a partir da capital Porto Alegre.
Está na hora das autoridades competentes levarem mais a sério estes dados, a ocorrência de tornados tem se intensificado de forma alarmante, principalmente na região Sul do Brasil.
Mitos:
– MITO: áreas próximas a rios, lagos e montanhas estão a salvo de tornados.
– FATO: nenhum terreno está a salvo de tornados.
– MITO: a baixa pressão de um tornado faz edifícios e casas “explodirem” quando o tornado passa
por cima.
– FATO: os ventos violentos e os destroços que o tornado carrega é que causam os danos
estruturais.
– MITO: as janelas devem ser abertas quando um tornado se aproxima, para equalizar a pressão e
minimizar os danos.
– FATO: abrindo janelas você permite que ventos fortes entrem na estrutura, destruindo tudo. Deixe
as janelas fechada se vá imediatamente para um porão, sala interior, ou banheiro sem janelas.
Legenda de escalas de EF0 a EF5:
EF0 – 65 a 115 km/h (Leves),
EF1 – 115 a 180 km/h (Moderados),
EF2 – 180 a 250 km/h (Fortes),
EF3 – 250 a 330 km/h (Severos),
EF4 – 330 a 420 km/h (Devastadores),
EF5 – 420 a 530 km/h (Incríveis).
Jornalismo Científico, histórico dos TORNADOS no Brasil:
Registros de tornados no Brasil de 1985 até 2015.
– 16 de Maio de 1948 – um tornado F3 atingiu a cidade de Canoinhas em Santa Catarina, cerca de 23 pessoas morreram.
– 30 de setembro de 1991, um tornado F4 atingiu o município de Itu, São Paulo, causando 16 mortes e 200 feridos. Cerca de 450 mil pessoas ficaram sem luz e telefone.
– 17 de maio de 1992 o município de Almirante Tamandaré (Paraná) foi atingido por um tornado F3 causando 6 fatalidades, 105 feridos, 1700 desabrigados e danos severos em 480 casas.
– 17 de fevereiro de 1985 – São Paulo, SP (tornado F0 na forma de tromba d’água na Represa de Guarapiranga atinge o São Paulo Yacht Club).
– 30 de setembro de 1991 – Itu, SP (tornado F4, provavelmente o maior já registrado no país mas não documentado pela mídia impressa com 16 mortes).
– 28 de novembro de 1995 – Campinas, SP (tornado não documentado pela mídia impressa onde foram destruídos vários prédios da região, inclusive o centro de convenções da Unicamp).
– 27 de janeiro de 1996 – litoral de Santa Catarina (Tromba d’água) – litoral de Santa Catarina.
– 13 de fevereiro de 1999 – Osório, RS 11 de outubro de 2000- Viamão, RS- F3 (uma morte e cidade parcialmente destruída.
–3 de Maio de 2001 – Rio de Janeiro, RJ – Tromba d’água.
– 4 de maio de 2001 – Região de Campinas, SP (tornado F3 deixou uma pessoa morta e prejuízo superior a 30 milhões de reais).
– 3 de outubro de 2002, um tornado com ventos entre 195 e 230 km/h atingiu a cidade de Cruz Alta (RS), mas felizmente não causou mortes, embora tenha atingido 80% da cidade.
– 8 de julho de 2003 – São Francisco de Paula;
–11 de dezembro de 2003, um tornado atingiu o município de Antônio Prado, no Rio Grande do Sul causando cinco mortes.
– 25 de maio de 2004, um tornado F3 atingiu o município de Palmital (SP), deixando 4 mortos e 25 feridos.
– 11 de dezembro de 2003, SP – Antônio Prado;
– 25 de maio de 2004, RS – Palmital – SP (tornado F3 tombou um ônibus deixando 4 mortos e 25 feridos).
– 3 de janeiro de 2005 – Criciúma, SC (tornado F1, dois tornados simultâneos).
– 21 de fevereiro de 2005 – Rio de Janeiro (Magé/RJ) – Tromba d’água.1
– 8 de abril de 2005: Rio de Janeiro – Tromba d’água no Rio de Janeiro – RJ;
– 10 de maio de 2005 – Ubatuba, SP (Tromba d’água).
– 24 de maio de 2005, um tornado F3 tipo múltiplo vórtice até então só registrado nos Estados Unidos, atingiu o município de Indaiatuba, em São Paulo, houve 14 feridos e R$ 100 milhões em prejuízos.
– 20 de junho de 2005 – Macaé, RJ – Um tornado danificou ao menos 20 casas e seis helicópteros, na noite de segunda-feira, em Macaé (RJ). Seis pessoas tiveram ferimentos leves.
– 8 de agosto de 2005 – Bacia de Campos, RJ – Tromba d’água.
– 30 de agosto de 2005 – Muitos Capões, RS (tornado F2, acompanhado de chuva e granizo).
– 26 de outubro de 2005 – Manaus, AM (Tromba d’água).
– 2 de janeiro de 2006 – Florianópolis;
– 22 de fevereiro de 2006 – Joinville, SC pequeno tornado atingiu a cidade, ele foi classificado como F0.
– 23 de março de 2006 – Florianópolis, SC (Tornado escala F1);
– 29 de março de 2006 – Piracicaba, SP (Tornado escala F1);
– 19 de janeiro de 2007 – Promissão, SP (Tornado escala F1);
– 24 de setembro de 2007 – Ji-Paraná, RO, (F1);
– 20 de outubro de 2007 – Ronda Alta, RS (tornado F2, acompanhado de chuva e granizo);
– 13 de novembro de 2007 – Meio Oeste e Oeste catarinense, SC (tornado F1, acompanhado de chuva e granizo, destelhou muitas casas em Campos Novos;
– 14 de novembro de 2007 – Noroeste gaúcho, RS (tornado F1, foi acompanhado de muita chuva e granizo, 90% das casas destelhadas, algumas casas e uma Igreja Evangélica foram totalmente destruídas, prédios públicos foram atingidos e muitos postes de luz, torres e árvores
também foram ao chão em Boa Vista do Buricá;
– 12 de Fevereiro de 2008 – Salvador, BA (tornado F0, formação de pequena tromba d’água na praia da Paciência, localizada no bairro do Rio Vermelho;
– 16 de Fevereiro de 2008 – Tubarão, SC. Tornado com intensidade F1 no distrito de Lageado, no município de Tubarão, SC. 10 árvores caíram, duas casas tiveram seus telhados arrancados e uma pessoa ficou ferida quando a porta de sua casa foi arrancada pela força do vento;
– 2 de Março de 2008 – Florianópolis, SC. Tromba d’água, com intensidade desconhecida, se formou próximo ao município de Governador Celso Ramos e foi até a praia de Canavieiras em
Florianópolis;
– 10 de Março de 2008 – Campinas, SP.22 de abril de 2008 – Cesário Lange, SP;
– 10 de Junho de 2008 – Santarém, PA. Tornado F0 se formou no rio que banha esta cidade, se caracterizando como uma tromba d’água durante 8 minutos, sem causar danos;
– 26 de Junho de 2008– São Luís, MA. Tornado F0 atingiu zona rural da capital maranhense, derrubando árvores e causando pequenos estragos. O fenômeno teve duração de apenas 5 minutos;
– 10 de Setembro de 2008 – Tabaí, RS. Tornado F1 atinge a BR-386, em território deste mesmo município, derrubando alguns veículos e várias árvores;
– 15 de Novembro de 2008 – Itupeva, SP. Tornado provoca destruição da creche;
– 29 de Novembro de 2008 – Coração de Maria, BA. Pequeno tornado atinge a cidade, causando vários danos. Várias famílias ficaram desabrigadas e 90% das casas foram danificadas;
– 25 de Dezembro de 2008 – Lins, SP. Tornado atinge a zona rural deste município sem causar vítimas e danos;
– 21 de abril de 2009 – Rio de Janeiro, RJ. – Tromba d´água na Praia de São Conrado na Auto Estrada Lagoa-Barra, Litoral do Rio de Janeiro;
– 27 de abril de 2009 – Rio de Janeiro, RJ. – Tromba d´água na Praia de Ipanema – Posto 8;
– 6 de junho de 2009 – Rio de Janeiro RJ. – Tromba d´água na Barra da Tijuca;
– 8 de setembro de 2009, um tornado F4 percorreu a província argentina de Misiones e o oeste de Santa Catarina deixando 4 mortos e 1,5 milhão de pessoas sem energia no estado;
– 21 de setembro de 2010, um tornado F2 atingiu as cidades serranas de Gramado e Canela (RS), deixando 10 pessoas feridas, e pelo menos 480 casas danificadas, e mais de 250 árvores arrancadas;
– 19 de Janeiro de 2011 – Rio de Janeiro – um tornado F1 em Nova Iguaçu destelha casas;
– Setembro de 2013 – Londrina, Paraná, por influência da mesma super célula, houve um vendaval com ventos de até 107 km /h por hora, destelhando 200 casas, arrancando árvores e danificando imóveis, comércios e faculdades, cerca de 15 mil pessoas ficaram sem energia e água;
– 22 de setembro de 2013, um tornado F3 atingiu o município de Taquarituba, no estado de São Paulo, causando 2 mortes e mais de 64 feridos;
– 31 de Dezembro de 2013 – Rio de Janeiro – um tornado F0 na Zona Oeste do Rio, provoca destelhamento de casas no bairro de Bento Ribeiro;
– Janeiro de 2014 – Rio de Janeiro – uma tromba d’água se forma na Barra da Tijuca se deslocando para a terra. Não houve incidentes;
– 12 de abril de 2014, uma série de tornados atingiu o Rio Grande do Sul provocando 1 morte em Erebango e deixando mais de 2 mil desabrigados no estado;
– 24 de setembro de 2014, um tornado foi registrado em Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, o funil atingiu um barco causando o naufrágio que vitimou 11 pessoas e deixou 3 desaparecidas;
– 31 de Dezembro de 2014 – Rio de Janeiro – dois tornados F0 na Zona Oeste do Rio, provocam destelhamento de casas e árvores arrancadas nos bairros de Campo Grande e Praça Seca;
– 21 de janeiro de 2015, um tornado foi registrado em Pérola (Paraná), o tornado atingiu uma indústria que desabou deixando 1 morto.
– Fevereiro de 2015 – Rio de Janeiro – um tornado F0 registrado nos bairros da zona oeste do Rio entre Madureira e Rocha Miranda, não houve feridos;
– 20 de Abril de 2015 – Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina – tornado do tipo cunha destrói a cidade de Xanxerê, danos em mais de 30% da área urbana. Estimativa entre F3/F4, INMET declara ventos de até 330 km na região. Prefeito da Cidade Xanxerê declara estado de calamidade pública, foram comprovadas 4 mortes e mais 15 em estado grave.
Julho de 2015, pelo menos 3 tornados foram registrados entre Santa Catarina e Paraná, ocorrendo um Francisco Beltrão-PR destruição no local, em Mariópolis outro tornado, Colômbia Nova, Gramados e Candeias deixando um rastro de destruição. Mais de 40 municípios do Rio Grande do Sul foram atingidos por chuva de granizo do tamanho de bolas de beisebol provocados por uma CCM/SCM – Complexo Convectivo de Mesoescala.
Fonte: Revista Visões Urbanas