Em 2011 foram injetados R$ 5,8 bilhões em novos negócios. Governo estadual está otimista para 2012
O ano de 2011 foi de poucos investimentos em Santa Catarina. Apenas R$ 5,8 bilhões foram injetados em novos negócios no Estado, enquanto o Rio de Janeiro, por exemplo, fechou contratos que somam cerca de R$ 35,8 bilhões para receber novas fábricas de setores como alimentos, naval, petróleo e automobilístico, 50% a mais do que em 2010.
Para este ano, o governo do Estado está otimista e projeta recuperar o fôlego perdido. Já o setor industrial é mais cauteloso nas projeções em função das incertezas do mercado e da queda no índice de confiança do empresariado catarinense.
O Prodec, programa de desenvolvimento para a indústria, que, em 2010, financiou R$ 566 milhões em investimentos com geração de 4,7 mil empregos, no ano passado, recuou para R$ 466,9 milhões e 1,7 mil novas vagas de trabalho. Em 2012, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, o Prodec já sai com uma carteira de R$ 1,3 bilhão e criação de 2,5 mil empregos.
– Nada impede que este número aumente ao longo do ano – diz.
Criado para atrair e manter investimentos privados em SC em troca de incentivos fiscais, o Pró-Emprego registrou, em 2011, o pior desempenho desde a criação, em 2007. As 99 empresas que entraram no programa injetaram R$ 2,5 bilhões no Estado no ano passado, 36% menos do que as que aderiram no ano anterior. O número de postos de trabalho gerados caiu 14%.
– Os setores tradicionais estão com dificuldades de competir, principalmente com a China, por isso estagnaram os investimentos. Mas apostamos em novos polos, como o setor fármaco e de estaleiros, que estão crescendo em Itajaí, no projeto de inovação, que incentiva as empresas a apostarem em novas tecnologias, e no programa Juro Zero, que vai capitalizar micro e pequenas empresas (MPE) e os microempreendedores individuais (MEI) – afirma Bornhausen.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Distribuidores de Produtos Farmacêuticos, SC está mesmo na mira do setor, que movimentou no Estado R$ 1,08 bilhão em 2009 (3,6% do movimento do país), R$ 1,25 bilhão em 2010 (3,6% do movimento nacional) e R$ 741,76 milhões apenas no primeiro semestre de 2011 (participação de 3,8%).
Segundo o secretário, além do Prodec, o setor de energia, as prospecções públicas, que estão tentando atrair as montadoras GM e BMW para o Norte do Estado, e os programas de MPE e MEI vão garantir empregos e investimentos este ano.
– Estamos otimistas. Várias empresas estão prospectando estaleiros para produzir para a Petrobras em função do pré-sal, um deles, holandês, prevê investir R$ 200 milhões. Nisto estamos atrás apenas do RJ. A OSX (braço naval da EBX, do empresário Eike Batista) deve consolidar o centro de distribuição no Estado – diz.
O presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José Côrte, é mais cauteloso. Segundo ele, 2011 foi um ano ruim e 2012 deve ser apenas “um pouco melhor”.
– No setor, a intenção de investimentos em 2011 era de R$ 1,6 bilhão. Isso deve ser quase atingido. Mas como o uso da capacidade instalada da indústria caiu de 86% em 2010 para 83% ano passado, sendo que em alguns setores importantes está ainda menor, e o índice de confiança do empresariado recuou de 60% no início de 2011 para 55% no final do ano, os investimentos deverão ser mais contidos, pelo menos, no primeiro semestre deste ano – afirma.
De fato, os principais investimentos previstos na indústria de SC foram postergados. A gigante do aço ArcelorMittal, que prometeu injetar US$ 200 milhões (em torno de R$ 358 milhões) na unidade de São Francisco do Sul, naquele que seria o maior investimento anunciado em 2011 em uma única fábrica, segundo a Fiesc, adiou o projeto. A GM, que garantiu investir R$ 350 milhões em uma nova fábrica de transmissões junto à unidade de motores que está sendo construída em Joinville, também postergou o início das obras para depois de 2014.
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