Um novo estudo descobriu que mulheres que possuem níveis altos de
pressão sanguínea, problema relacionado com gravidez de alto risco,
tendem a ter níveis mais baixos de vitamina D no sangue do que grávidas
saudáveis – levantando a possibilidade de que a vitamina pode
influenciar complicações na gestação.
Esse problema, em seu estágio precoce, é conhecido como pré-eclâmpsia
grave, e surge em cerca de 2 a 3% das gestações, sendo responsável por
cerca de 15% dos nascimentos prematuros nos EUA por ano.
A pré-eclâmpsia é uma síndrome marcada por aumento súbito da pressão
arterial e acúmulo de proteínas na urina devido à pressão sobre os rins.
O início precoce da eclâmpsia é uma forma particularmente grave que
surge antes da 34ª semana de gravidez.
No estudo atual, os pesquisadores descobriram que os níveis de
vitamina D eram geralmente mais baixos entre as 50 mulheres com
pré-eclâmpsia grave em comparação com as 100 gestantes saudáveis. A
média do nível de vitamina D no primeiro grupo foi de 18 nanogramas por
mililitro (ng/mL), versus 32 ng/mL no segundo grupo.
Há um debate sobre o nível adequado de vitamina D no sangue, mas
muitos especialistas dizem que pelo menos 32 ng/mL é necessário para uma
boa saúde em geral. Nas mulheres grávidas, o aumento de 10 ng/mL de
vitamina D no sangue foi associado a uma redução de 63% na probabilidade
de complicação.
A vitamina D atua como um hormônio, e pesquisas de laboratório
descobriram que ela pode afetar a regulação e a função de proteínas na
placenta. Problemas no desenvolvimento da placenta são considerados as
raízes da pré-eclâmpsia.
Existem várias pesquisas que encontraram conexões entre os níveis de
vitamina D no sangue, ou da ingestão de vitamina D, e os riscos de uma
série de problemas de saúde. Vitamina D baixa é relacionada a maiores
riscos de diabetes tipo 1, ataques de asma grave, doenças cardíacsa,
certos tipos de câncer e depressão. Mas se a vitamina D é a razão para
tais riscos em excesso – e se tomar suplementos pode reduzir esses
riscos – ainda não foi provado.
Se a vitamina D estiver envolvida no risco de pré-eclâmpsia, isso
pode ajudar a explicar porque as mulheres afro-americanas têm maior
risco de complicação que outros grupos raciais – mesmo quando fatores
como renda e acesso a cuidados de saúde são levados em conta. A vitamina
D é sintetizada naturalmente na pele quando esta é exposta ao sol. Esse
processo é menos eficiente em pessoas com pele mais escura, e estudos
afirmam que afro-americanos normalmente têm níveis baixos de vitamina D
no sangue.
Muitos pesquisadores argumentam que as mulheres grávidas – e todas as
outras pessoas – precisam de mais vitamina D do que oficialmente
ingerem. No entanto, a investigação nos últimos anos tem desafiado as
ideias sobre o que seria suficiente e o que seria demais para ingerir
diariamente, e as recomendações estão atualmente em revisão.
A vitamina D pode ser encontrada em alimentos derivados do leite e em ovos
Fonte: Reuters