O furacão Harvey ganhou leve força nesta segunda-feira (29/08) ao retornar para a área mais quente do Golfo do México, de acordo com o Centro Nacional de Furações dos EUA. Os meteorologistas esperam que o furacão permaneça sobre a água com ventos de aproximadamente 72 quilômetros por hora durante 36 horas e, depois, retorne ao continente a leste de Houston em alguém momento desta quarta-feira. Em seguida, o fenômeno seguirá para o norte e perderá força.
Entretanto, antes que o furacão deixe o litoral do estado do Texas, mais de 50 centímetros de chuva podem cair na região, alertou o diretor do Serviço Nacional de Meteorologia, Louis Uccellini. Isso significa que as inundações vão piorar nos próximos dias e que as águas devem demorar a baixar mesmo depois que o Harvey finalmente deixe a região.
O furacão Harvey tem causado inundações sem precedentes, afetando sobretudo a área metropolitana de Houston, onde residem 2,3 milhões de pessoas e a água já atingiu mais de um metro de altura.
Harvey é o furacão mais intenso a atingir os Estados Unidos em 13 anos e o mais forte a atingir o Texas desde o furacão Carla, em 1961 – o mais poderoso já registrado no estado texano. Ao tocar a terra no último fim de semana, o Harvey perdeu força e se transformou em tempestade tropical.
No estado vizinho de Louisiana, as imagens de devastação em Houston trouxeram à tona memórias dolorosas para muitos sobreviventes do furacão Katrina, de 2005.
"Realmente provocou muitas emoções e sentimentos pelo que as pessoas estão tendo que passar agora em Houston", disse o morador Ray Gratia, enquanto pegava alguns sacos de areia para proteger sua casa em Nova Orleans, que inundou durante o Katrina.
Em Washington, o governo do presidente Donald Trump assegurou ao Congresso que o saldo de 3 bilhões de dólares no fundo para desastres da Agência Federal para a Gestão de Emergências (Fema) é suficiente para lidar com as necessidades imediatas, como remoção de detritos e abrigo temporário para residentes deslocados.
Ainda na segunda-feira, a Casa Branca comunicou que o presidente e a primeira-dama, Melania Trump, visitarão as cidades texanas de Corpus Christi e Austin nesta terça-feira. Eles receberão resumos de líderes e organizações locais sobre os esforços de ajuda e resgate.
Milhares de resgates e chamados
O prefeito de Houston, Sylvester Turner, afirmou que o total de pessoas resgatadas já passa de 3 mil. Em entrevista coletiva, Turner indicou estarem pendentes pelo menos 150 pedidos de resgate urgentes. Mais de oito mil pessoas foram alocadas a abrigos temporários.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos disse receber mais de mil telefonemas por hora. Autoridades americanas informaram que em Houston mais de 100 mil residentes continuam sem energia elétrica, dada a dificuldade de acesso às zonas mais afetadas por causa das inundações.
Mais de oito mil pessoas já foram levadas para abrigos, mas ainda há cerca de 150 pedidos urgentes de resgate pendetes
O governador do Texas, Greg Abbott, estendeu a declaração de estado de desastre a 54 de condados, adicionando mais quatro (Angelina, Trinity, Sabine e Orange), medida que facilita ao estado texano a gestão dos recursos essenciais para busca, salvamento e assistência.
O Harvey tocou terra na noite de sexta-feira na localidade costeira de Rockport, situada a cerca de 360 quilômetros a sudoeste de Houston, como um furacão de categoria 4 na escala de intensidade de Saffir-Simpson, que tem um máximo de 5.
Apenas três mortes foram confirmas, mas há relatos não confirmados de apessoas desaparecidas e de prováveis mortes ligadas ao furacão Harvey – como, por exemplo, uma van com seis pessoas que literalmente naufragou ao tentar escapar das inundações, segundo um parente. Citando autoridades locais, o jornal The New York Times fala em dez mortos.
"Sabemos que neste tipo de acontecimento, infelizmente, o número de mortos costuma subir", disse o chefe da polícia de Houston, Art Acevedo. "Estou realmente preocupado com quanto corpos iremos encontrar."
Nenhum comentário:
Postar um comentário