QUANDO O TRABALHO DEIXA DE SER UM PRAZER

Segundo o Dicionário Aurélio, o workaholic é o indivíduo que trabalha compulsivamente, relegando outras atividades. A definição condiz com a dada por especialistas aos viciados em trabalho. Compulsão parece ser, de fato, a palavra-chave para esse problema que atinge aqueles que colocam a atividade profissional à frente de tudo.

São pessoas que esquecem das outras esferas que compõem a realidade, como a vida social, o lazer e, até mesmo, o ócio. Elas normalmente apresentam dificuldade em imaginar suas vidas sem o trabalho e se caracterizam por uma dedicação extremada a suas atividades profissionais.

Essa dedicação, quase exclusiva, pode fazer com que um importante elemento fique de lado: a saúde. 


O vício faz com que a pessoa não se cuide, mas cada indivíduo vai responder de uma forma a isso. Alguns deixam de se alimentar, resultando até em um quadro de desnutrição. Outros, alimentam-se apenas de guloseimas, ganhando peso. Outra situação comum é a pessoa não conseguir dedicar um tempo nem para ir ao banheiro, tendo como resultado, por exemplo, doença do trato urinário e pedras nos rins. Dores musculares e problemas arteriais também são recorrentes, já que essa pessoa fica o tempo todo na mesma posição e costuma ser sedentária.

Por isso, é importante saber quando a carga de trabalho ultrapassa a linha da normalidade. Alguns sinais são dados e não podem ser ignorados:

As demonstrações podem ser variadas, mas quando o estresse já está mais agudo, a pessoa pode começar com dores de cabeça, insônia, problemas de memória e dispersão, problemas que, com certeza, levam à baixa produtividade.

A pergunta que fica no ar é: uma carga exaustiva de trabalho pode tornar a pessoa menos produtiva? Parece irônico, mas a resposta é sim. O cérebro precisa descansar para se recuperar. Ao exigir muito da capacidade cerebral em cima sempre da mesma função, no caso o trabalho, será produzida uma fadiga mental. A pessoa tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas não consegue concentrar-se em nenhuma delas. Assim, se torna um indivíduo improdutivo.

Por sua característica de dependência emocional, a pessoa, na maioria das vezes, torna-se extremamente irritável, mais rude, arrogante, o que não são boas características de um líder ou de um amigo.

Importante ressaltar que o vício em trabalho tem características comuns a qualquer outra adicção:
- A pessoa passa a ter uma relação de dependência emocional com seu sucesso e perfeccionismo, a ponto de se isolar de suas relações sociais, afetivas e familiares, tendo o trabalho como um meio de preencher uma sensação de vazio e angústia. Para não enfrentar outros medos, mais primitivos e incompreensíveis, o excesso de trabalho a protege, assim como um esconderijo. No entanto, isso tem um enorme custo, inclusive físico, podendo ser o primeiro indício de um processo depressivo ou fóbico.

Saber como buscar ajuda para sair dessa situação é crucial.

- Há três meios essenciais para esse profissional voltar a ter uma relação saudável com o seu trabalho. São eles: procurar um médico, normalmente um clínico; um psicólogo; e, também, buscar ajuda no seu meio social, como amigos e família. 

O essencial - e que precisa ser entendido - é que a relação com o trabalho pode e deve ser boa. O workaholic é um obsessivo, mas existe o worklover, que é um apaixonado por sua atividade profissional, que consegue conciliar o trabalho com o seu lazer e com as pessoas que ama. Esse é o caminho do equilíbrio

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