Você já deve ter ouvido falar em alguém que tem alergia ou intolerância à lactose. Mas você sabe a diferença entre as duas situações?
A intolerância ao leite ocorre quando existe uma carência da enzima lactase, responsável por digerir o açúcar lactose, presente no leite.
Na intolerância, as reações estão restritas ao sistema digestório, com gases, dores abdominais, diarreia e vômito.
Já a alergia ocorre quando os anticorpos identificam a proteína do leite como um corpo estranho que precisa ser combatido, o que desencadeia uma série de reações alérgicas por todo o corpo.
"O mal-estar da intolerância é momentâneo, quando passar o efeito volta tudo ao normal. Na alergia não. Quando é desencadeado um processo alérgico a reação é no corpo todo. Os anticorpos se voltam contra aquela substância e a glote pode até ficar edemaciada, vir a fechar e a pessoa morrer", explica a médica Serly Francine Casella.
Como surgem a alergia e a intolerância ao leite
A alergia ao leite normalmente dá seus sinais na infância e pode ser desencadeada a partir da ingestão de leite industrializado como complemento nos primeiros meses de vida ou mesmo por uma questão hereditária.
Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo uma tecnologia que promete tirar do leite a proteína que causa alergia, mas o produto ainda não chegou ao mercado.
Já a intolerância à lactose pode surgir ao longo da vida.
O gastroenterologista Ângelo Zambam de Mattos explica ser comum que as pessoas possam ir perdendo a capacidade de produzir a enzima lactase ao longo da vida.
"Nós seres humanos fomos programados para consumir leite na infância, como os animais. É muito frequente que uma parcela da população vá perdendo a enzima que digere o leite, causando essa dificuldade na digestão", disse ele.
O Dr. Ângelo ressalta que a pessoa diagnosticada com intolerância à lactose ou alergia ao leite deve procurar um especialista e substituir o alimento para não perder alguns nutrientes.
"Quando a pessoa não consome leite tem que ficar atenta caso precise repor vitamina D e cálcio para não desenvolver uma osteoporose no futuro", conta o médico.
Fonte: Ministério da Saúde