Brasil tem 7,5 milhões de pessoas diagnosticadas com diabetes

A cada dez segundos, uma pessoa morre no mundo em consequência das complicações do diabetes – são 3,2 milhões de mortes por ano. Pelo menos, uma em cada dez mortes entre adultos de 35 a 64 anos no mundo por conta da doença. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que existam cerca de 11 milhões de portadores de diabetes - sendo que 7,5 milhões já sabem que tem a doença. Em todo o mundo, há 246 milhões de pessoas com diabetes. Até 2025, esse número deve chegar a 350 milhões, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF).

No Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), o Ministério da Saúde faz um alerta para população: “as pessoas precisam fazer mudanças nos seus hábitos de vida. É necessário ter uma alimentação adequada, manter o peso na faixa normal, fazer atividade física regularmente, manter-se informado para o autocuidado visando à promoção de uma vida mais saudável”, afirma Rosa Sampaio, coordenadora Nacional de Hipertensão e Diabetes do Ministério da Saúde. Considerada epidemia mundial, a enfermidade está relacionada ao envelhecimento da população, ao sedentarismo, a dietas pouco saudáveis e ao aumento da obesidade.

O estudo de Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, mostra que 5,2% dos 54 mil entrevistados nas 26 capitais brasileiras e no DF declararam ter diabetes. O dado de 2008 indica estabilidade em relação aos anos anteriores: 5,3%, em 2006 e 2007. Para a coordenadora geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, Deborah Malta, o estudo só apresenta o universo daqueles que já têm um diagnóstico prévio de um médico. “Como ele é um inquérito autoreferido de uma morbidade, o dado pode ser subestimado. Mas é muito útil para o Ministério planejar suas políticas e serviços, como por exemplo, o planejamento de compras de medicamentos para a doença”.

NAS CAPITAIS – No Vigitel 2008, 4,6% das pessoas do sexo masculino afirmam ter o diagnóstico da doença. Entre as mulheres, o percentual foi de 5,6%. Palmas foi a capital com menor percentual de pessoas que responderam ter diagnóstico médico de diabetes (2,4%). Rio de Janeiro e Natal tiveram as maiores freqüências (6,7%) (veja tabela de capitais logo abaixo). “Isso pode ser explicado por alguns fatores. Um deles é o que reflete o acesso ou mesmo a oferta de serviços de saúde nessas capitais que têm alta incidência do diabetes. Outra explicação para alta incidência em cidades como Rio e baixa em cidades como Palmas é a pirâmide etária. Onde há grande número de população idosa, a incidência tende a ser maior”, explica Deborah Malta.

O diagnóstico de diabetes aumenta com a idade e também é mais freqüente entre os entrevistados com até oito anos de escolaridade. A frequência no diagnóstico da doença é menor entre pessoas com mais de oito anos de estudos.

COMBATER - Para tratar as pessoas com diabetes, o Ministério da Saúde fornece gratuitamente medicamentos orais para diabetes (Glibenclamida, Glicazida e Metformina) e as insulinas NPH e regular, assim como os insumos (fitas e glicosímetros) para monitoramento da glicemia e seringas para aplicação de insulina. A diabetes é cuidada em diversos setores do sistema público, desde a Atenção Básica até a Alta Complexidade. Envolve ainda, entre outros, setores de vigilância, capacitação de profissionais, pesquisas e gestão.

O Ministério vem desenvolvendo, desde 2007, a Estratégia Nacional de Educação em Saúde para o autocuidado em Diabetes, que tem como linha norteadora a educação em saúde, para desenvolvimento de autonomia dos portadores para o autocuidado , como parte fundamental tanto da promoção da saúde como do tratamento da doença.

A estratégia prevê a construção de uma rede de tutores e multiplicadores em âmbito regional, estadual e local. Foram formados os primeiros 126 tutores nacionais representantes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Cada profissional formado repassará o aprendizado para dez outros, construindo uma rede para que a atividade de educação em saúde seja disseminada e mais qualificada, com vistas a ajudar na redução de complicações crônicas e salvar vidas. Os 1000 tutores locais dessa rede atuarão como ativadores nas comunidades das diferentes regiões do país, cuja capacitação ocorrerá em fevereiro 2010.

SOBRE O DIABETES

O diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (quando há falta de insulina ou ela não atua de forma eficaz, causando um aumento da taxa de glicose no sangue) e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. A insulina é produzida pelo pâncreas e é essencial para que nosso corpo funcione bem e possa utilizar glicose (açúcar) como principal fonte de energia.

Além de atingir todas as faixas etárias, inclusive a mulher grávida, a doença não tem distinção de sexo, raça e condições sócioeconômicas. É, portanto, uma doença de alta prevalência, que requer vários procedimentos e o trabalho de equipe multidisciplinar para o seu controle. Quando bem controlada, evita complicações agudas e crônicas.

Existem meios, cientificamente comprovados, para prevenir a doença (diabetes mellitus tipo 2) e suas complicações agudas e crônicas. A sobrevida do portador tem aumentado significativamente, o que favorece o surgimento das complicações crônicas com custos socioeconômicos elevados. O diabetes está associado a várias outras doenças crônicas não-transmissíveis como hipertensão arterial, doença coronariana e cerebrovascular, neuropatias periféricas, lesões renais, levando até a insuficiência renal crônica terminal, retinopatia diabética.

HISTÓRICO

Criado em 1991 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a International Diabetes Federation/IDF, como uma resposta a crescente preocupação diante da ameaça de escalada de número de casos de diabetes em todo o mundo; o “Dia Mundial do Diabetes” que é comemorado anualmente em 14 de Novembro. Essa data foi escolhida para marcar o aniversário de Sir Frederick Banting, um dos pioneiros na investigação do diabetes. Em 2007, tornou-se um dia do calendário oficial das Nações Unidas. É representado pelo logotipo de círculo azul que é o símbolo mundial da diabetes.


Fonte: www.saude.gov.br

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