Preço do etanol subirá 35% em 2011


Os preços do etanol pagos ao produtor devem subir 35% este ano. 
A estimativa foi feita durante a coletiva da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) que aconteceu nesta quinta-feira (31/03) em São Paulo. 
Para o diretor técnico da entidade, Antonio Pádua Rodrigues, o cenário projetado para o ano de 2011 é de menor volatilidade para o produto. "Mas não acreditamos que os preços pagos ao produtor sejam menores que R$ 0,95 por litro", disse. Em 2010 a média de preços pagos ao produtor foi de R$ 0,70 por litro. 

Com isso, apesar da estimativa de ligeiro aumento na oferta de etanol no mercado interno, de 0,52%, a tendência é de que os preços no varejo se mantenham em altos patamares, mesmo com a entrada da safra 2011/12 que foi iniciada na última sexta-feira (25/03), quando 30 usinas da região Centro-Sul do país iniciaram a moagem da cana-de-açúcar

Nesta quinta-feira, 44 usinas já estão em operação e a estimativa da Unica é de que 50% das 350 usinas do Centro-Sul estejam em operação até segunda quinzena de abril. “Apesar do esforço das usinas em iniciar a moagem, a produtividade dos canaviais será menor este ano", diz Padua. 
Crescimento desordenado
A safra 2011 foi iniciada com 90 ATR (quantidade de açúcar) por tonelada de cana. “Sabemos que o potencial para essa época do ano é de 110 ATR por tonelada, mas a grande quantidade de chuvas registrada em fevereiro prejudicou o desenvolvimento dos canaviais", diz o diretor da Unica. 

Mais de 45% da safra de cana será destinada à produção de açúcar, produto que está ajudando a alavancar o setor desde a crise financeira mundial de 2008, mas a entidade não acredita que seja este o motivo da elevação dos preços do etanol. “Os canaviais estão velhos, pouco produtivos e o clima não tem ajudado. Com isso, produzimos 50 milhões de toneladas a menos na safra passada", diz Padua. 

Na avaliação de Marcos Jank, presidente da Unica, o setor enfrenta um problema de crescimento desordenado. "Entre 2000 e 2008 crescemos a taxas de 10% ao ano, impulsionados pelas vendas de carros flex, mas a crise de 2008 atingiu 30% do setor. Nosso atual desafio é retomar o crescimento na próxima década e, para isso, estamos começando a conversar com o governo sobre garantias de abastecimento do mercado interno", diz Jank.

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